De novos neurônios ao alívio da dor de cabeça: como o sexo afeta o cérebro

Casal fazendo amor

Você está enganado se pensa que sexo depende apenas de fatores físicos. A relação sexual começa no cérebro. Isso porque as sensações incitadas pela visão, olfato, tato e audição são percebidas por esse órgão antes de estimularem os genitais. Ou seja, além de coordenar todas as funções fisiológicas, o cérebro também é responsável pela interpretação e percepção do que se passa no corpo, inclusive o prazer e, claro, o orgasmo.

Para entender melhor como o sexo afeta o funcionamento da nossa cabeça, selecionamos nove pesquisas sobre o assunto que provam que o cérebro também é um órgão sexual.

1- Dor de cabeça? Melhor remédio é o sexo

Fazer sexo, como você já deve ter percebido, impacta seu humor. Isso porque o hipotálamo comanda a liberação da oxitocina. Altos níveis desse hormônio podem fazer com que você se sinta mais relaxado, já que reduz os efeitos do cortisol. Um estudo publicado em 2013 no periódico Neuropeptides ainda descobriu que a oxitocina não só nos deixa mais calmos como também diminui a sensação de dor, aliviando a dor de cabeça de pacientes. Então, aquela história de não transar porque está com dor de cabeça não está com nada.

2- O prazer da ejaculação

Em 2003, pesquisadores da Universidade de Groningen, na Holanda, analisaram homens que eram estimulados sexualmente e que ejaculavam e não ejaculavam. Após compararem o cérebro de ambos os grupos, os cientistas concluíram que quem atingiu o orgasmo aumentou o fluxo sanguíneo no cerebelo, uma região que desempenha um papel importante no processamento de emoções. De acordo com os autores do estudo, as sensações causadas no momento da ejaculação foram similares aos de quem usa heroína, de ouvir uma música prazerosa e recompensa monetária.

3- Transe sexual

O que você sente durante um orgasmo? Um estudo publicado em 2017 no periódico Socioaffective Neuroscience and Psychology mostrou que se a estimulação rítmica sexual for intensa e durar o tempo suficiente, pode aumentar um processo chamado “arrastamento neural”, responsável por uma espécie de “transe sexual”, onde o único foco é a sensação imediata experimentada. De acordo com os pesquisadores, o sexo é uma fonte de sensações prazerosas e conexão emocional, mas além disso, é na verdade um estado alterado de consciência.

4- Orgasmo ativa regiões das emoções

A atividade cerebral aumenta gradualmente durante a excitação sexual, tem seu pico durante o orgasmo e diminui após o clímax, segundo um estudo realizado em 2017 por pesquisadores da universidade Rutgers, nos Estados Unidos. Os cientistas analisaram a atividade do cérebro de 10 mulheres enquanto elas atingiam o orgasmo. As regiões mais ativadas durante o prazer incluíram o córtex pré-frontal e o orbitofrontal, a insula, o córtex cingulado e o cerebelo. Todas essas áreas estão envolvidas no processamento de emoções e sensações de dor, assim como na regulação de alguns processos metabólicos e de tomada de decisões.

5- Cérebro feminino trabalha mais durante o sexo do que o masculino

A mente feminina é muito mais complexa do se imagina. Um estudo feito na Universidade McGill, no Canadá, avaliou 20 homens e 20 mulheres e descobriu que o cérebro delas trabalha muito mais do que o deles durante o sexo. Para chegar à conclusão, os pesquisadores pediram para que os participantes assistissem a cenas de filmes eróticos e comédias, enquanto eram avaliados em exames de ressonância magnética. A diferença não foi grande, mas os cientistas observaram que as mulheres excitadas tinham níveis mais altos de estimulação cerebral. Nos homens, no entanto, as correlações cérebro-genitais foram bem mais fracas.

6- Sexo, drogas, pizza e rock’n’roll

As sensações prazerosas geradas pelo sexo, pelas drogas, pela comida e pela música são ativadas pelas mesmas substâncias químicas, segundo um estudo publicado em 2017 na revista Nature. De acordo com os pesquisadores, o cérebro tem um sistema opioide que influi nas áreas do órgão ativadas com estímulos prazerosos. Essa relação é tão doida que algumas dessas atividades podem inclusive gerar dependência, como as drogas e o sexo.

7- Sexo na maturidade

Neste ponto da lista, já entendemos que o sexo faz bem ao cérebro. Mas um estudo publicado em 2017 no periódico Journals of Gerontology, Series B: Psychological and Social Sciencesmostrou que esses benefícios podem ser ainda maiores quando você tem mais de 50 anos. Os pesquisadores descobriram que quanto maior a frequência das relações sexuais com essa faixa etária, melhor a fluência verbal e a consciência visual das pessoas. De acordo com os autores, as pessoas não gostam de pensar que as pessoas mais velhas têm relações sexuais, mas é preciso desafiar essa concepção a nível social e analisar o impacto que a atividade sexual pode ter nos mais velhos, além dos efeitos sobre a saúde sexual e o bem-estar geral.

8- Mais prazer, mais inteligente

Esqueça a meditação e os joguinhos de memória para aumentar seu score no teste de QI. De acordo com um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, em 2013, transar pode ser mais eficiente para sua função cognitiva, além de aumentar a neurogenesis (a produção de novos neurônios) no hipocampo, onde as memórias de longo prazo são formadas. No mesmo ano, um grupo de cientistas da Universidade Konkuk, na Coreia do Sul, concluiu que a atividade sexual neutraliza os efeitos do estresse crônico na memória.

9- O pênis e as sensações

Em um estudo realizado em 2005 por pesquisadores da Universidade de Groningen, na Holanda, o fluxo de sangue em algumas regiões do cérebro masculino foi analisado em exames de tomografia, enquanto esses homens eram estimulados. Baseados nos resultados, os cientistas descobriram que a performance sexual aumenta a circulação na insula e no córtex somatossensorial secundário, enquanto diminui na amígdala direita. Os nomes podem parecer estranhos, mas a insula é uma parte do cérebro que está ligada ao processamento de emoções, assim como sensações de dor e calor. Semelhante ao córtex somatossensorial secundário, que desempenha um papel importante em decodificar as sensações de dor. A amígdala também está envolvida na regulação das emoções.

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Sobre o Autor

Prof. Sergio Enrique Faria

Dr. Sergio Enrique Faria é diretor do Estúdio da Mente. Neurocientista, Membro da Sociedade Brasileira de Neurociência e Comportamento e do Grupo de Estudos de Hipnose da UNIFESP. Doutor em Ciências da Educação, Mestre em Comunicação, Psicanalista, Parapsicólogo, Hipnoterapeuta e Neuroeducador com especializações em Neurociência Clínica e Educacional, Neuropsicologia, Neuropsicopedagogia, Psicanálise Clínica, Didática e Metodologia do Estudo. Trainer e Master Practitioner com formações internacionais em Hipnose e em PNL – Programação Neurolinguística. Líder de Aprendizagem certificado pela Harvard University (EUA). Professor de Hipnose e PNL. Palestrante e Professor em cursos de MBA e Pós-graduação em grandes universidades. Autor e coautor de livros e mais de 150 artigos em jornais e revistas.

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