Você jura ser verdade. Mas a situação pode ter sido muito diferente do que você lembra.⠀
Nosso cérebro tem o hábito de agregar detalhes ou produzir lembranças que não ocorrem. Grande parte delas é inofensiva. Mas as falsas memórias também podem provocar graves injustiças. Segundo o Projeto de Inocência da ONG americana, mais de 400 pessoas inocentes foram condenadas por causa de testemunhas que, mais tarde, foram reveladas.
Por que o cérebro se dá ao trabalho de fabricar fatos?
Para dar conta do excesso de informação. Ele é incapaz de reter tudo o que vê, sentimos, escutamos ou tocamos. Então, em vez de todos os detalhes do mundo, guarda apenas a essência de eventos, objetos e emoções – e, na hora de lembrar de algo, apresenta como lacunas, associação, com outras memórias. O problema é que não nos damos conta disso, e acaba ocorrendo uma sobreposição de lembranças.
Além disso, cada vez que você se lembrar de uma memória, ela pode ser alterada e distorcida.
Isso acontece por um mecanismo chamado de reconsolidação. Quando você tenta lembrar de algo, a memória sai do banco de dados do cérebro, é acessada pela sua consciência e, por fim, armazenada novamente no banco de dados. Durante esse processo, uma memória está vulnerável e pode ser acidentalmente modificada pelo cérebro.
Estudos da Universidade Johns Hopkins, dos EUA, revelaram que há uma diferença sutil na atividade cerebral durante a formação de memórias falsas e verdadeiras: o córtex pré-frontal, ligado ao raciocínio, tem sua atividade diminuida quando a memória é falsa.
Ou seja, ambos os tipos de memória se formam do mesmo jeito, com uma diferença crucial: as falsas não passam pelo raciocínio lógico.
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