Como manter o emocional equilibrado em tempos de confinamento e isolamento social

A pandemia do coronavírus está trazendo uma situação que o brasileiro não está acostumado a lidar: o confinamento e o isolamento social. Esta condição somada a todo medo e estresse que estamos vivendo pode ser uma bomba emocional para algumas pessoas.

Mesmo com a imagem de um povo alegre e festeiro o Brasil é, atualmente, o país com o maior número de habitantes ansiosos em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Por aqui, 18,6 milhões de pessoas sofrem dessa condição psicológica que afeta tanto a vida pessoal quanto profissional. E, até o final deste ano, a depressão será a maior causa de incapacitação no mundo, de acordo com a mesma entidade.

Sabemos que o isolamento social é uma das características das vítimas de transtornos mentais, mas, no cenário atual, em que somos obrigados ao confinamento para evitar a disseminação do novo Coronavírus, será que há probabilidade dessa equação se inverter e acabarmos deprimidos por causa da solidão?

Nem 08 nem 80

O que vemos nas mídias sociais é uma nova polarização. De um lado pessoas céticas que selecionam as informações que lhes convêm e passam a acreditar que não serão contaminadas e que tudo não passa de um grande exagero. De outro lado pessoas que leem e compartilham tudo o que podem sobre o vírus e chegam a acreditar que estamos vivendo o apocalipse.

Como sabemos todo exagero é prejudicial. Isso se aplica também para o excesso de preocupação ou para a ausência de preocupação. Pessoas com excesso de preocupação estão correndo aos supermercados comprando caixas de máscaras, litros e litros de álcool gel e estocando produtos para meses. Pessoas com ausência de preocupação estão ignorando os cuidados básicos de higiene e confinamento e agindo de maneira a colocar em risco a sua saúde, de sua família e aumentando o risco de espalhar o vírus para outras pessoas.

Este bombardeio de informações midiáticas mais a situação de confinamento frente à necessidade de trabalhar para pagar as contas, mais a constante ameaça de infecção e o isolamento podem desencadear crises de ansiedade e pânico nas pessoas.

O que podemos fazer para evitar surtar e manter a saúde emocional neste período?

Filtre as informações

Evite o excesso de informações desnecessárias e saiba separar o que é importante e o que é fake news.

Ficar o dia todo ligado na TV e nas mídias sociais lendo e compartilhando tudo sobre o avanço da doença vai deixar a pessoa em estado de alerta e estresse constante, amentando a produção de cortisol, o hormônio do estresse.  Isso reduz a imunidade física e psíquica levando a pessoa a adoecer com facilidade. Para manter-se informado, basta escolher um jornal televisivo de credibilidade no início ou no final do dia.

Se possível, crie novas maneiras de trabalhar remotamente

Algumas empresas podem descobrir trabalhar de casa (home office) pode mais econômico e produtivo tanto para a empresa quanto para o funcionário. A empresa economiza em energia elétrica, água, materiais de escritório, limpeza etc. Já o funcionário pode acordar um pouco mais tarde mais tarde, tomar um banho mais longo, um café com a família, economizar combustível e trabalhar com roupas mais confortáveis.

Aproveite os momentos de confinamento com a família

Uma das principais queixas que ouvimos é a falta de tempo para poder curtir a família e estar juntos dos filhos. O confinamento não deixa de ser uma oportunidade para a família procurar as caixas de jogos guardadas e fazer algo que os mais velhos adoravam fazer quando eram crianças… jogar. Então ao invés de ficar colado nos celulares e computadores se lamentando, vamos aproveitar este tempo de forma divertida.

Evite ficar sem fazer nada

Já que está confinado em casa aproveite para arrumar, pintar, organizar e colocar em ordem aquelas coisas que estão há meses ou anos precisando de atenção mas você nunca teve tempo para mexer. Pode também aproveitar para fazer um curso gratuito online e se atualizar em sua área ou aprender sobre algo totalmente novo.

Aqui tem uma lista com 21 instituições que oferecem cursos online gratuitos com certificado.

Caso esteja em isolamento

Enquanto algumas pessoas gostam de ficar mais sozinhas curtindo a solitude, outras sentem-se profundamente solitárias quando em isolamento.

Durante a epidemia de SARS (síndrome respiratória aguda grade), em 2002, um estudo mediu o nível de estresse durante o surto e até um ano após sua conclusão dentro de um hospital, em pacientes internados e profissionais da saúde. O levantamento mostrou que o nível de estresse dos pacientes em isolamento permaneceu persistentemente elevado e maior do que quando comparado com a população local. Estes pacientes apresentaram níveis preocupantes de estresse psicológico mesmo após um ano do surto, com cerca de 58,9% deles com quadros que sugeriam doença mental, principalmente transtorno de estresse pós-traumático (25%) e depressão (15,6%).

Lembre-se que é por pouco tempo. Aproveite as dicas que já foram dadas anteriormente e utilize as mídias sociais e vídeo chamadas para conversar com as pessoas.

A mesma internet que nos trás tantas notícias preocupantes e fake news, nos possibilita vasculhar e conhecer um infinito número informações. Então vamos buscar a aproveitar o melhor que ela pode nos oferecer.

Para terminar deixo mais uma dica onde você pode ler muitos artigos interessantes. Clique aqui para acessar.

A quarentena é difícil, mas não podemos evitá-la. Contudo, a forma que você escolher passar por ela vai torná-la mais ou menos sofrida para você e sua família!

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Fontes:

https://forbes.com.br/colunas/2020/03/como-nao-surtar-em-tempos-de-isolamento/

Paiva, Karoline e Wagner, Marcos. Desconforto Emocional em Períodos de Isolamento
https://www.nube.com.br/clipping/2019/08/07/21-instituicoes-oferecem-cursos-online-gratuitos-com-certificado

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Sobre o Autor

Prof. Sergio Enrique Faria

Dr. Sergio Enrique Faria é diretor do Estúdio da Mente. Neurocientista, Membro da Sociedade Brasileira de Neurociência e Comportamento e do Grupo de Estudos de Hipnose da UNIFESP. Doutor em Ciências da Educação, Mestre em Comunicação, Psicanalista, Parapsicólogo, Hipnoterapeuta e Neuroeducador com especializações em Neurociência Clínica e Educacional, Neuropsicologia, Neuropsicopedagogia, Psicanálise Clínica, Didática e Metodologia do Estudo. Trainer e Master Practitioner com formações internacionais em Hipnose e em PNL – Programação Neurolinguística. Líder de Aprendizagem certificado pela Harvard University (EUA). Professor de Hipnose e PNL. Palestrante e Professor em cursos de MBA e Pós-graduação em grandes universidades. Autor e coautor de livros e mais de 150 artigos em jornais e revistas.

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