Como se livrar de pensamentos que grudam na cabeça?

Cabeça cheia

Uma prova malfeita, aquela briga com o namorado, a conta atrasada, os currículos enviados sem qualquer resposta, o TCC que precisa ser terminado, o problema de saúde, o vizinho que faz barulho a madrugada inteira… Poderíamos listar inúmeras coisas que perturbam a nossa mente e você sabe muito bem disso, assim como possivelmente sabe como é passar o dia todo com alguma coisa incômoda martelando a sua cabeça.

Nessas horas, dá vontade de tirar os pensamentos perturbadores com a mão, como se fossem uma espécie de pelo encravado, mas, infelizmente, não é assim que a coisa funciona. Pensamentos, quando grudam na mente, costumam ficar ali por algum tempo. Felizmente, parece haver uma maneira de lidar melhor com a situação – por que não aprender, então?

Kelly Marin, da Manhattan College, e Elena Rotondo, da University of Wisconsin, dedicam seus estudos a tentar entender esse processo que nos faz ruminar pensamentos. Na pesquisa que fizeram juntas, elas registraram toda experiência estressante que viveram ao longo de três dias, na tentativa de comprovar o quanto esses pensamentos insistentes prejudicam nossa vida de diversas maneiras.

 

Analise racionalmente

De acordo com elas, o simples exercício de pensar racionalmente sobre eventos estressantes nos faz aprender a lidar melhor com eles e a mudar de comportamento diante do que nos desagrada por algum motivo. Analisar aquilo que nos tira do sério nos faz pensar em meios de evitar esse estresse, caso uma situação futura nos faça reagir de maneira agressiva. Trata-se de conversas saudáveis e realmente produtivas que podemos ter com a nossa própria consciência.

Elas explicam que a ruminação envolve reflexão, autocrítica e emoções negativas – se você não suporta uma pessoa do seu trabalho, ainda que precise conviver diariamente com ela, é melhor encontrar uma forma de melhorar a situação do que ficar pensando, sempre e cada vez mais, no quanto essa pessoa incomoda a sua vida, porque quando isso acontece, você fica inundando sua mente de pensamentos negativos.

As pesquisadoras observaram que as pessoas que passaram pelo estudo também tinham queda de autoestima quando ficavam com algo negativo martelando em suas cabeças. Quando tinham que escrever sobre o que as fazia manter um pensamento negativo fixamente, essas pessoas ficavam mais angustiadas ainda.

 

Sistema complexo e desengajamento rápido

A questão é que dizer a si mesmo que não vale a pena pensar tanto em alguma coisa negativa é um exercício que só vai deixar você mais consciente disso que causa tanto incômodo. Já se sabe que quanto mais você tenta fugir de um pensamento, mais ele se gruda em sua mente – além do mais, os psicólogos Johns Hopkins Corbin Cunningham e Howard Egert já comprovaram, em 2016, que nossos recursos cognitivos são afetados quando tentamos suprimir um pensamento ou uma imagem.

O que se pode fazer, por outro lado, é ignorar esse pensamento ruminante. Por meio da técnica de “desengajamento rápido”, desenvolvida por esses dois últimos psicólogos citados, podemos “enganar” nossa mente simplesmente nos ocupando de alguma atividade que envolva aprendizagem, como ler um livro ou assistir a um documentário.

Outra forma de tirar um pensamento ruim da cabeça é meio paradoxal, mas também funciona: aceitar esses pensamentos negativos constantes. Essa técnica tem como base um experimento feito tanto na University of Nevada, por Sunjin Im, quanto por Victoria Follette, do Florida Institute of Technology.

 

Atenção plena e aceitação

Nesse caso, um grupo de universitários teve que se lembrar de eventos estressantes que haviam acontecido em suas vidas recentemente. Além disso, eles responderam a uma série de perguntas cujo objetivo era avaliar a sua atenção plena e a tendência que tinham a desenvolver pensamentos ruminantes.

Os resultados mostraram que as pessoas que se incomodavam mais com os fatos estressantes eram, de fato, as que ficavam pensando mais nesse evento. Os que tentavam limpar a mente desses pensamentos e aceitar o que havia acontecido, por outro lado, foram os que menos tinham pensamentos negativos constantes. Para os pesquisadores, isso nos mostra que aceitar o evento ruim e seguir a vida é algo que promove flexibilidade psicológica e que, por consequência, nos ajuda a tirar um pensamento ruim e constante da cabeça.

A dica, portanto, é aceitar seus pensamentos negativos e manter atenção plena no que diz respeito a viver seu momento presente. Pensar sobre o que está acontecendo agora nos ajuda a não focar no que houve no passado.

 

Dê uma chance aos trabalhos domésticos

Se você teve um péssimo dia no trabalho ou na faculdade, por exemplo, em vez de chegar em casa e ainda brigar com quem mora contigo ou se trancar no quarto para chorar em posição fetal, o melhor a fazer é se concentrar em alguma atividade doméstica e deixar os problemas do trabalho no passado, que é o lugar deles.

Se os pensamentos negativos insistirem em pulular em sua mente enquanto você lava a salada para o jantar e se você não conseguir ignorá-los, aceite que eles aparecerão de vez em quando e volte a prestar atenção na alface sendo lavada.

Fazer esse tipo de exercício mental é uma maneira de, aos poucos, neutralizar pensamentos negativos e aprender a vivenciar suas experiências, tanto as boas quanto as ruins, de forma produtiva.

E você, que técnicas usa para se livrar dos pensamentos persistentes?

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Como lidar com uma música que não sai da sua cabeça?

Fonte: http://www.megacurioso.com.br/comportamento/101913-como-se-livrar-de-pensamentos-negativos-que-grudam-na-cabeca.htm?f&utm_source=facebook.com&utm_medium=referral&utm_campaign=thumb

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Sobre o Autor

Prof. Sergio Enrique Faria

Dr. Sergio Enrique Faria é diretor do Estúdio da Mente. Neurocientista, Membro da Sociedade Brasileira de Neurociência e Comportamento e do Grupo de Estudos de Hipnose da UNIFESP. Doutor em Ciências da Educação, Mestre em Comunicação, Psicanalista, Parapsicólogo, Hipnoterapeuta e Neuroeducador com especializações em Neurociência Clínica e Educacional, Neuropsicologia, Neuropsicopedagogia, Psicanálise Clínica, Didática e Metodologia do Estudo. Trainer e Master Practitioner com formações internacionais em Hipnose e em PNL – Programação Neurolinguística. Líder de Aprendizagem certificado pela Harvard University (EUA). Professor de Hipnose e PNL. Palestrante e Professor em cursos de MBA e Pós-graduação em grandes universidades. Autor e coautor de livros e mais de 150 artigos em jornais e revistas.

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